domingo, 11 de setembro de 2011

ANGULOS DE CORTE DO FIO DE FACA

Um pouquinho sobre ângulo de corte e afiação
Além de escolher modelo certo de faca para uma tarefa (considerando o tamanho, o peso, os materiais e formatos de cabo e lâmina, a robustez ou estrutura da faca, etc.), o tipo de corte desejado e o material a ser cortado, também é importante observar o ângulo de afiação que já existe na lâmina. A faca com um fio de navalha será destruída ao primeiro impacto em uso no campo, e um filé de peixe, ficará desfigurado com o uso de uma faca de uso externo. O gume mais fino e afiado é mais delicado e frágil. Na hora de afiar, observar este ângulo (ângulos de afiação entre lâmina e pedra - inclinação da lâmina em relação à pedra na hora de afiar), também é fundamental.


Os ângulos mais comuns e sua destinação estão indicados abaixo:

• 15 a 17 graus - Muito afiadas e delicadas. Requer cuidado. Bisturis e navalhas;
• 17 a 20 graus - Facas de cozinha profissionais para filetar carnes/peixes;
• 20 a 23 graus - Culinárias em geral, Canivetes, e Facas de caça;
• 23 a 25 graus - Facas de serviços pesados para caça e uso "outdoor".
• 25 a 30 graus - Facas de uso pesado para corte de papelão grosso, arame ou carpete, facões, cutelos, machados

DESENHOS DE LÄMINAS MAIS USADOS

Desnhos de läminas de facas
As facas são provavelmente uma das primeiras ferramentas da humanidade (mesmo que de pedra!) e depois centenas de milhares de anos de uso constante na lida diária como parceira nos mais diversos momentos de sobrevivência e trabalho (sem falar do estúpido e inadequado uso desta incrível ferramenta nas brigas e nas guerras) as mesmas evoluíram e se desenvolveram em parceria com a humanidade. Assim surgiram muitos tipos ou geometrias de lâminas nas facas ou instrumentos de corte. Natural que isto não seja somente por uma questão estética, é principalmente por uma questão prática e utilitária, pois como qualquer ferramenta, tem que funcionar com a máxima eficiência possível para o que se destina a fazer. Abaixo, nem todos os tipos de lâminas estão listados, mas somente as mais comumente utilizadas, pois há muitas geometrias peculiares ao longo da história e das diferentes culturas. Desta forma, quando for adquirir ou escolher uma faca, é muito importante atentar não somente ao seu estilo, tamanho, espessura da lamina, composição do aço e do cabo, mas, principalmente, ao seu formato.


1. Normal – Uma lâmina “normal” tem uma borda de corte curva e o dorso reto. O dorso reto, apesar de pouco anatômico para a mão do operador, permite que este use os dedos para concentrar a força, deixando a faca pesada e robusta para seu tamanho. A curva concentra a força mecânica em uma superfície pequena, facilitando o corte. Uma lâmina com este formato pode cortar, picar, fatiar e perfurar. Quase toda a extensão da lâmina possui a borda cortante. Muito utilizada em facas de cozinha;

2. Curva, ou “trailing point” – Esta lâmina possui o dorso curvo para cima, projetando a ponta da faca para cima da linha do dorso. É uma lâmina leve, otimizada para filetar ou fatiar. Por possuir uma grande área de corte e facilitar o trabalho de courear, é sempre utilizada nas facas skinrers;

3. “Clip point” – É uma lâmina normal, mas com o dorso em forma de “clip” ou côncavo, na ponta, normalmente mais fina e muito afiada. Geralmente o “clip” possui um falso fio que pode ser afiado para formar uma segunda borda cortante. A ponta é utilizada para perfurar e penetrar, o que é acentuado pelo falso fio. A famosa faca Bowie é um exemplo;

4. “Drop point” – A “ponta baixa” deste desenho de lâmina possui uma ponta convexa em direção ao gume, geralmente projetado para perfurar. As modernas facas de caça, de “bushcraft,” e canivetes suíços, têm este formato;

5. “Spear point” – Ou “ponta de lança”. Possui o desenho simetricamente convexo na sua linha central ao longo de seu eixo. Pode ter uma ou ambas as bordas afiadas, como nas adagas e espadins;

6. “Needlle point” – As “pontas de agulha” são lâminas simetricamente convergentes para a ponta, comuns em facas de combate, como a “Fairbairn-Sykes”. Sua longa e afilada ponta oferece boa penetração, mas é frágil a torções no uso. Seu desenho seria mais bem denominado como “stiletto” ou “adaga” e suas variantes, instrumentos para perfurar e cortar;

7. “Spay point” – “Pontas de castrar” é denominação que vem da atividade de castração de animais nas fazendas, sua lâmina reta e com um “clip” reto na ponta, dificulta a penetração, facilitando seu uso como “skinner”;

8. “Kamasu Kissaki”, ou “Tantô Americano” –Este nome vem do desenho japonês utilizado em facas no séc XV. A ponta é em cinzel, mais fina que o corpo da lâmina, e bastante forte, similar às espadas japonesas. A ponta na verdade é uma segunda borda de corte angulada à primeira, num ângulo entre 60 a 80 graus. É adotada por diversos fabricantes de facas táticas militares;

9. “Sheepsfoot” – Literalmente “pé de ovelha”. A borda cortante é reta, e o dorso curvo, numa inversão do desenho “normal” da lâmina. Proporciona maior controle ao operador, pois o dorso permite um melhor apoio dos dedos. Seu nome vem da semelhança ao desenho do casco de uma ovelha. Foi utilizada por marinheiros antigamente, pois a ponta baixa auxiliava a evitar acidentes com a oscilação dos barcos;

10. “Wharncliffe” – Semelhante à anterior, diferenciando na curvatura do dorso, que inicia mais próxima ao cabo da faca, e é menos acentuada em direção à ponta. Foi utilizada em armas antigas, como espadas Vikings;

11 e 12. “Ulu” –Uma faca utilizada pelas mulheres Inuit, basicamente um segmento de círculo afiado, com uma empunhadura em sua região central. Seu desenho a torna excelente para trabalhos como corte de carne e retirada de pele de animais abatidos. Este desenho também é conhecido como “head knife” (faca de cabeça?!), utilizado para trabalhos em couro, como diminuição na espessura de peças ou cortes precisos.

PARTES DE UMA FACA

As Partes de uma Faca
Mesmo existindo em todo o mundo e ao longo da história, inúmeros modelos de facas, desenhos de lâmina, geometrias de desbaste da lâmina, materiais (da milenar pedra á moderna cerâmica), acabamentos, etc. Em geral, as facas básicas de lâmina fixa, possuem as seguintes partes como componentes:



1- Lâmina;

2- Cabo ou empunhadura;

3- Dorso;

4- Talas do cabo;

5- Espiga;

6- Pino de fixação das talas;

7- Pomo;

8- Ponta;

9- Fio ou gume;

10- Bisel ou desbaste;

11- Mesa;

12- Fuller;

13- Ricasso;

14- Guarda (se for rente ao cabo, como um prolongamento de transição com a lâmina, perdendo a função de proteger a mão, é chamada de Bolster);

15- Clip, que pode conter um falso fio, ou um contra fio (afiado).



Um tipo de faca atualmente muito apreciado pela funcionalidade e beleza, chamadas Criollas, de construção integral (forjadas a partir de uma barra cilíndrica de aço), apresenta uma pequena variação que vale citar:


- Costumam ter a transição entre lâmina e o cabo denominadas de "VIROLA" (16), que é parte integrante da estrutura da faca. Mas se esta parte for colocada avulsa e não fizer parte da estrutura, tem o nome de "BOTÃO". A parte inferior, que serve como guarda de mão, é chamado de "gavião" (17):